quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

NEM FORÇA, NEM SUBLIMIDADE

... uns velhos vinis,
uns vinhos também velhos,
as músicas eram clássicos do arco
da velha,

os paus eram velhos,
e havia até um tio no meio,
e pensava ser forte,
mas a força era tão velha e patética,
e velha também era a palavra
que peidava ao vento;

e o Deus dela
sempre falhava, ou era ela
que com ele falhava.

Sem querer
digladiar com Dylan Thomas,
afundei mais de metro
para aguentar uma estética
assim tão fraca
e esquizofrênica;

então deixei
o sublime concerto,
e fui ver as estrelas e as siriricas
que dançavam um funk, um roque,
e comemoram e se masturbavam,
sob o luar,

a vida sob sua autêntica
forma;

e ela, de repente,
surtou.

E não quero mesmo
confrontar Dylan Thomas, como ele
não sou apenas antropofágico,
mas me alimentei tanto de vermes
como de espinhadas rosas
como ela.

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