domingo, 7 de janeiro de 2018

DESCOLORIMOS A MANHÃ E A TARDE

Quando Ana
e eu andamos juntos,
pegamo-nos nas mãos, abraçamo-nos,
beijamo-nos e nos amamos

em meio
a luzes e a sombras, em calmarias
e incontidas tempestades
e chuvas de fogo;

e tivemos tempo
para mudar as coisas e para
escolhermos nos amar sem as severidades
que nos impomos,

mas por uma década
não conseguimos sair totalmente
nem das chuvas nem
das sombras;

quanto eu tinha quarenta
e cinco, Ana se foi com seus quarenta
e dois anos, sem termos tido mais tempo
para absolutamente nada

porque o tarde demais
já havia nos punido, mesmo antes
de nos chegar a noite!

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