quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O PRIMEIRO NATAL SEM ELA AQUI!



O que deve estar escrito em sua lápide, no cemitério daquela cidade onde nunca cheguei a ir para vê-la, para admirá-la, para enamorar-me dela.

A estória que sei dela é a que ela contou e a que puder ouvir dela acerda de suas navegações e de seus voos com outros sapiens. E o que dizem sobre ela ou é sinistro ou é apenas silêncio invisível, de modo que não contempla o puro traje que dei a ela.

Jovem, muito jovem se fora, após perder para o mesmo mal que aos poucos me devora. E até que prevíamos nosso destino, devido àquele amor louco, platônico, insolúvel e com constantes chuvas de fogo.

Ambos concordávamos com Sartre e sabíamos que seria caro o preço a pagar por resistirmos a um amor tão mortal, com seus venenos ativadíssimos e reciprocamente e disparados para matar,

E os venenos meus ofertados a ela continham outras flores, estórias de fodas e de pseudoamores e de tudo que lhe pudesse aarrancar de meu peito em franca dor.

E os venenos dela em mim injetados continham outros tentilhões, outros menestréis, outros cães , outros amantes gloriosos e outros putos fodedores e tudo o mais que pudesse aliviá-la do que a arrebentava a alma, devido ao que sentia por mim.

Em terra, como ficar juntos não era possível, ambos optaram pela morte suicida, desapercebendo-se que, a cada golpe que dávamos um no outro, sentíamo-lo com força dobrada, rebatendo em nossos corações como bumerangues afiados e nos fazendo sangrar em angústia, dor e lágrimas.

Muitos anos de amor, de loucura e de luta. Até que a previsão dela começou a se concretiza diante de nossos olhos estupefatos.

Apósuma das ausências em que, mais uma vez, ela saiu sadia para voar em novos ares e foder em novos leitos, anjuntando novas armas, e eu fui fazer o mesmo nas planícies por onde andava, ela apareceu na web can toda linda e pálida e, de repente, levantou a blusa, e vi um corte que a rasgava de lado a lado e de cima a baixo, como que parecendo uma cruz. Tinham-lhe rasgado para tirarem algo, e eu não estava sabendo de nada. Então brotaram-me lágrimas enquanto eu lia ela me chamando de covarde e que a havia abandonado no pior momento de sua vida.

Meses depois, o sonho continuava a se realizar, com o diagnóstico em mim na mesma praga, pegando-me vigorosamente pulmões e a mente a que ela tanto amava. E, então, após biópsias e muitos exames, a químio e o veredito de que eu teria menos de 5 por cento de chances de viver e, ainda assim, somente por 6 meses.

Ao conversar com ela, ela sorrindo disse-me que estava curada, e eu lhe contei todo o meu caso que até então guardava secretamente trancado.

E tal como erla viu de mm outrora, vi sinceros rios de lágrimas lhe descendo dos olhos e uma nova análise que nos deixou chocados.

Então ela disse: “O impulso do sonho, meu amor, você vai pegar o impulso e vai passar!”

E eu lhe afirmei que esta era uma visão muito distante da dos médicos e dos exames,
e que ela é que havia sido declarada curada.

Então ela nos sentenciou, como se tivesse certeza de que tudo que sonhara anos antes a se concretizar estava.

“Não, há algo errado. Eu vi. Eu vi, amor. Você vai pular, e a corredeira vai me levar! Há algo errado na visão dos médicos, é certeza!

De nada, eu em franca luga na quimiom nmorrendo aos poucos,li quando ela me disse que começava a não se sentir bem. Cerca de um mês depois meio centímetro da coisa foi detectada no pâncreas. Um mês depois um cm. Um mês e meio, um cm e meio. A decisão rápida, apressadíssima, urgente de operá-la de novo. Cirurgia que não adiantou, e uma semana depois a corredeira a levou.

Covardemente continuei a luta ao fronte. Um ano internado. Sentenciado à morte pelos médicos. E algo aconteceu: Senti alguma força voltando. Tomando das quimos mjais poderosas, dessas que, quando se toma, não vai para casa, com medula sendo sucessivamente zerada para matar o câncer, matando-se também, assim a própria medula e células normais.

Ana já se tinha ido. Mas eu a sentia ali.

...

Tears.
I can not say anything else!

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