quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PERDEMOS, MAS NÃO TEMOS CULPA!



Ana,

que culpas tiveste
de ser uma humana jogada
no meio dessas coisas reinauguradas
e loucas?


Que culpa
tenho eu, niilista sem alvoradas,
de me ter sido jogado, do mesmo modo
abnormal, no meios dessas coisas
reinauguradas e loucas?

Que culpa
têm nossos semelhantíssimos
como nós, com seus Daseins, tendo de lidar
com o aí e no meio dessas coisas
reinauguradas e loucas?

Ana, que culpa
temos de termos comido, bebido,
extasiado-nos e gozado com as imagens
do mundo, se é para isso que entre
elas fomos jogados?

Nenhuma, Ana,
mas se me permites e se ainda,
de alguma forma, podes
me ouvir,

devo dizer
que creio que, após esta passagem,
estaremos muito mais espiritualmente
preparados para um amor sincero,
sublime, lear e sem mundanas
imagens!



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