terça-feira, 24 de outubro de 2017

O ÁRIDO AR DO DESERTO



Nesta planície,
onde não há mares, nem praias
às quais andorinhas e borboletas costumam
voar, com suas asas
enfiadas,

sob os clarões
das luas, das estrelas, dos sóis,
dos poetas de versos maduros, e dos tentilhões
de paus duros;

é preciso suportar
o peso de não ter um refúgio de águas
e de fabricar uma fluorescente
máscara,

para tentar manter cativa
a dama que, um dia, ousou incauta
a margear-me a condição
enferma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário