sexta-feira, 13 de outubro de 2017

MUITO FRIO



Às frias sombras
do eternal inverno
que se nos faz,

há fantasmas
a lembrarem-me
das incuráveis vesanias
das mentes,

das insanáveis atrofias
dos sonhos
e das apagadas luzes
das esperanças

que, um dia,
se nos habitaram
entre as avenidas
e ruelas

pelas quais caminhamos
com flores de ilusões
às mãos,

entre outros
soberbos sapiens que,
como nós,

espalhavam fluorescências
a esconderem suas
escuridões.

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