terça-feira, 17 de outubro de 2017

A EXTENSÃO DA PEDRA



Choraste quando
eu estava vivo e ao teu lado,
mesmo em incontidas
chuvas.

Choraste ao amares,
com tuas ilusões dementes
– em recorrentes e incontidas traições –,
a mitos e a ídolos que forjaste
aquém e além-mares.

Que, então, reclamas agora
se, com tuas figuradas e insanas crias
fantasmagóricas, trouxeste-nos
odiosa morte?

E por que te achas
ainda alva e resistente, se de ti
nunca vi descender

algo que não se transmutasse
em alguma busca por exíguos refúgios
em asas inválidas e corpos
cálidos?

Ou algo que – como incauta presa
de guerreiros, anjos ou amantes forasteiros –
te mostrasse realmente
forte?

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