quinta-feira, 31 de agosto de 2017

SONHOS SINUOSOS



Há em meu dorso
um sonho mortificado
por teus lascivos andares no desalinho,
a saciar vontades de lendas  avultas
e a cavalgar  fulgentes corcéis
alados.

Vi em tuas súbitas
palavras de revelação reflexos de auroras que me mostraste,
recolhi folhas de teus álamos egocêntricos,
contemplei tuas ilusões imantadas
em quedas inscientes.

Forjei grandezas
para teus momentos mornos, encobri com cinzas
os verbos de tuas hemorragias, escorreguei-me
em tuas atuações virginais em lampejos
de desvarios ebúrneos.

Gravitei em tuas sápidas promessas,
decifrei tuas aliterações incautas, aromei tuas fragrâncias
melodiadas. aspirei tuas alfazemas
espinhosas.

Sublimado
em palidezes osgarmáticas,temi impaciências de nossas incertezas
e desinventei a vida para poder
te amar

Aparei teus alísios ásperos,
flutuei em tuas quimeras inexeqüíveis,
trancendiei tuas rapsódias
inacabadas.

Iludi-me com tuas vestes alvas,
descaminhei-me em teus édens apócrifos,
carpi tuas retinas paradoxais e angustiei-me
em tuas candidezes soçobradas.

Nas sinuetas
de tuas vazantes efemerizadas, asfixiei-me em teus céus pardos
e não suportei o sentimento
perjurado.

Vesti
princípios ilúcidos do encanto
e, após velar a última gota do oceano,
enturvei-me exausto ao chão
anoitecido.

Tardiei
o epílogo do momento angustiado,
deitei-me em agonia de tuas ausências
e dormi na morte que me trouxeste.
Porque nenhum horizonte
recobriu a passagem,

porque o mar não
se acabou na planície, nem a planície
deixou de amar o mar.

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