Houve um tempo,
entre ratos e vermes, em que os ares
se me carregaramde pensamentos
fúteis,
espraiados
em palavras voláteis e em gestos rasteiros;
aos chãos
iam-se caindo, e se amontoando,
– enquanto se desfolhavam as máscaras postas –,
os destroços de toda
encenação.
Ao longe,
os deuses desdenhavam
assistindo a uma particular
e estranha cena:
uma lenda
estava a andar
com uma pretensiosa
símia;
era como
se a habitante das cavernas
se esticasse toda
para amar e para debater
com o ídolo que
criara.
Num incauto descuido
revelou-se, sob o alvo véu da macaca,
a palidez moribunda
de uma doente.
Deveria, sim,
ter demonstrado o mito
alguma compaixão pela pobre
coitada,
mas optou
por arrasar o solo infértil
daquela insanável
mente,
que
se pensava santae inconspurca,
com seus ominosos dejetos
rupestres.
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