domingo, 27 de agosto de 2017

NA SOLIDÃO DA NOITE



... noite azeda,
ainda mais vazia que de costume,

lá fora,
o frio vento sopra e não há
nenhuma flor sequer, para eu ver
balançar;

lá. naquelas
luzes distantes, às salas e aos quartos,
coisas e coisas e mais coisas, e amores,
 e dádivas, e carícias,
e sexos,

e aqui junto
a mim essa inutilidade de tudo
sem nenhuma boca sequer
para beijar;

lá, onde
os sonhos e as esperanças pipocam
e dançam ao ritmo das raiscantes estrelas
brancas,

e aqui,
aprisionado, não conseguindo sequer
ser um fugitivo de minhas

próprias sombras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário