Desde sempre,
os homens cultivam
asas
que não têm,
a sobrevoarem
abismos e a perseguirem sonhos
de vôos
com máscaras
cosidas a cetim
e verbos talhados
a ouro;
mas, além dos sorrisos
e dos riscos de seus semblantes
aquarelados e de seus gestos
enredados,
há fantasmas
invisíveis
e dores silentes sob os superficiais
reflexos
de todos os espelhos
do mundo.
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