sábado, 3 de setembro de 2016

DESDE SEMPRE





Desde sempre,
os homens cultivam asas
que não têm,

a sobrevoarem
abismos
e a perseguirem sonhos
de vôos

com máscaras cosidas
a cetim
e verbos talhados
a ouro;

mas, além dos sorrisos
e dos riscos
de seus semblantes
aquarelados
e de seus gestos
enredados,

há fantasmas invisíveis
e dores silentes
sob os superficiais reflexos
de todos os espelhos
do mundo.